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2º ENGANO QUASE FATAL
. O acontecimento deu-se numa rua no Bº branco, em Setúbal. Um casal jovem passava tranquilo nas traseiras da “rua da cervedeira" nas proximidades da Escola Secundária da Bela Vista. Ele alto com uma barba rala muito preta, rabo- de- cavalo e calças em baixo exteriorizando uma cueca amarela, outrora interior, calçava chuteiras amarelas e ostentava um enorme cadeado cromado pendente de uma presilha e da algibeira das calças pretas de veludo elástico, de modo a mostrar umas longas e musculosas pernas, na T shirt, cor preta, ressaltava uma enorme cabeça de lince, cor bronse.
Ela mais discreta, mas muito bela, elegante, cabelos cor de trigo, olhos castanhos grandes e redondos saia em godé de seda preta. O que bem conferia aquele par um moderníssimo quadro de estética, beleza e singularidade, contrastando com todos os hábitos de vestuário que proliferam nos alunos da escola. Porém, o que mais brilhava naquele: Talvez - Par de namorados, eram os dois meios seios dourados, que a garota exibia, forçando de quando em vez o abaixamento da sua T shirt, cor terra sena natural e para onde todos dirigiam os olhares.
Eis que surge o inevitável:- Entre a multidão de alunos que de boca aberta iam contemplando o monumento. Sota-se um grito:- É ela eu vi! é ela que leva!
Em breves instantes dezenas de jovens alunos se precipitam nas proximidades daquele casal intruso. Alguns mais atrevidos tentam mesmo o contato e gritam não é ela que queremos, queremos sim tirar uma "selfie" com ele, porém afastavam-se de imediato quando o jovem metia a mão no bolso e simulava tirar qualquer coisa.
Gritava:- Não te aproximes! Vais arrepender-te.
Novamente vinha uma nova vaga atacando de telemóvel em punho.
Só uma, sei que está debaixo da "T shirt", é muito raro.
É dourado!
Se avanças mais um passo desfaço-te, gritava o jovem já enfurecido e por medo, acelerando o passo.
Já vários adultos se juntavam e iam tomando partido na causa; -Uns defendiam o casalinho, outros iam apaziguando e aconselhando a moça para levantar a "T shirt", o logo seguiriam em paz.
Perante tal altercação surge a "Escola Segura" e os ânimos parece ter acalmado, o rapaz apresenta as suas queixas da multidão, mas não consegue apontar nenhum jovem como agressor, começa a dispersão e tudo parece ter terminado.
Porém uma jovem enlouquecida, salta sobre a jovem, rasga-lhe a "T shirt" numa loucura desmedida, batendo sucessivos disparos de telemóvel sobre os seios eretos e nus, de qual seio mais belo, ressaltava uma pequena imagem azul- cobalto em forma de escorpião.
Numa enorme frustração gritava a malta:-
Não é!
Não é!
É uma tatuagem; Estúpido!
E lá iam dispersando perante o disfarce de adultos e sorrisos da polícia,
Dizia o polícia mais velho e mais experiente estes garotos cada vez estão mais parvos,
Agora ia aparecer no peito da miúda um pokémon.
E ainda por mais dourado. - afirmava o mais novo querendo mostrar ser mais esclarecido no assunto.
ODE Á MULHER
A mulher para ser mulher
Não precisa de ser mãe
Mas se o for é mais mulher
Que mulher é mãe também
Candeia que não alumia
Deve sair do seu lugar
Pendure-se onde for dia
Servirá para enfeitar
A mulher se for mulher
Sê-lo-á sem sacrifício
Para a mulher ser mulher
Não basta ter orifício
Pode a mulher ser mãe
Sem chegar a ser mulher
Mas a mulher só é mãe
Sendo a mãe sempre mulher.
FUTURO ll Convoco de novo o futuro, desta vêz por reconhecer a absoluta responsabilidade que o futuro tem em cada momento do presente! Se é para o futuro que se constroi no presente, tambem no presente se destroi o futuro!
Dizia-se no "FUTURO 1", que dos 340,:- nados vivos, nascidos em determinada zona no intervalo de um ano só cerca de trinta é que são filhos de autótenes e crendo eu nos hábitos nas culturas e nos comportamentos emergentes, só uma pequena parte desses 30, oferece alguma probabilidade de dar continuidade á relação trabalho/rendimento e a consequente solidariedade social.
Contudo não me coube naquele texto a análize complementar do futuro, face á observação que me é possível da minha janela.
Da minha janela vejo para sul, carrinhas mais carrinhas de ciganitos, procissões de negritos de muchilas e ténis de marca a caminho de páteos de escolas pejados do miúdos médios e graúdos sabe-se lá fasendo o quê! Talvêz lendo Eça de Queiróz ou de telemóvel em punho tentanto um grande trailer de bullying ou uma espetacular cena de "modern-sex", ou em salas com 25 ou trinta ou sei lá quantos meninos ou maduros, em busca de aprender qualquer coisa ou atingir médias que lhes permitam um futuro melhor, entrar para um qualquer curso de licenciado/desempregado, ou para justificar a presença que lhes garanta um parco R.S.I.ou enrolando nem sei bem o quê, com a passividade da auxiliar de ação educativa que se esconde para sua própria proteção, ou de um prof. a despejar planos, a ler circulares, a fazer reuniões até altas horas, à espera de um encarregado de educação a fazer queixa do setô, ou da setôra tal e tal ou a ameaçar partir-lhe os óculos ou morde-lo todo, ou outra professora a tentar que nem doida ler o resultado de uma aula preparada ás duas da manhã depois de deitar os seus filhos e acordar o marido ou a mulher, que dorme á horas.
Da minha janela olhando o norte vejo outro futuro, vejo um fabuloso relvado ladeado por bonitas e bem aparadas sebes de ligurnes. Espalhados pela relva observo mais e mais brinquedos de plástico coloridos e tabelas de basket e balizas de footbol de cinco e de 14 e de não sei quantos, veijo um bela piscina azul com um brilho que apetece beber, veijo quatro ou cinco crianças de cabelos alourados e roupas brancas e coloridas, brincando nem sei a quê de uma garagem contígua veijo sair um automóvel daqueles que se veem nos filmes transportando uma madame com grandes óculos escuros colocados no alto da loira cabeleira, vivendo não sei de quê, talvêz nem seija esposa de um empresário rico, cuja empresa já falio há muito tempo. Da minha janela veijo dois Futuros que o presente está a construir, veijo quatro ou cinco quadros de grandes empresas, talvêz em Singapura ou Hanoi ou não sei onde e veijo algumas centenas de pessoas sem qualificações nem académicas nem proficionais, provavelmente já sem R.S.I., ou coisa que lhe valha, note-se que no Ruanda não há R.S.I.. Só não consigo ver no futuro onde e como poderão viver uns e outros, parece que na estação espacial estão a aparecer dificuldades de construir piscinas e "spas" etc. Parece que esta gente que decide no presente não fáz conta de cá estar no futuro e se estiverem será em bronze e por pouco tempo porque no futuro vão ser todos arrancados e fundidos em Changay ou em Camabatela ou em qualquer cidade do futuro para fazer ogivas.
No futuro. No futuro está bem! No futuro é que vai ser! A maior descoberta do homem foi o futuro senâo vejamos: em nome do futuro se esperam com alegria nove meses por uma criança; se amamenta e ajuda a crescer; Se inventou o Céu e o inferno; a esperança e o banco do bem. Em nome do futuro, multidões de hebreus seguiram Abraão ou Ismael ou Isac ou jesus ou Maomé ou j. paulo II, milhões de bolcheviques seguiram lenine, milhões de albigenses ou eborenses ou lisboetas foram queimados nas fogueiras da purificação. Milhões e milhões de seres humanos em nome do futuro, acreditaram em mao-tsé-tung; josé eduardo dos santos;..., nos tratados de roma, milhões muitos milhões de sudanese, somalis, moçambicanos, hitianos, etc. etc. acredditaram nas promessas da O.N.U. para acabar com a pobresa até 2015; ou 20; ou 50. Que lindo futuro espera pelos povos da grande Grécia! E de Portugal? de Portugal está bem!... "estamos a preparar o futuro" (conv. em família - marcelo caetano 72 sec XX). "portugal e o futuro" (gen. marchal spínola 72 guiné), "para um futuro melhor ..."(rezemos todos um pai nosso, amem.). Até soares depois de 30 e tal anos de "a europa conosco", vem agora com "horizontes do futuro", que bom! pá! Só mais duas citações: -"ganhar o futuro"(a.cavaco silva 91 sec. XX), "futuro do país está nas mãos dos portugueses"(p. passos coelho 19 nov. 2011). Ainda bem que esta gente vê o futuro! talvêz a estudar filosofia e a apanhar massagens de emigrantes bonitas e bem decotadas nos exóticos SPAs de Paris. Andam por aí alguns preocupados com o futuro, por causa da demografia, á é? estão a nascer poucos! Deixem lá! Na falta de dados oficiais, a estatística do povo ás veses engana menos. Nos três bairros que visito e conheço de perto, no ultimo ano nasceram cerca de 340 (trezentos e quarenta) nados vivos, ainda bem! destes 340, - 186 são pretinhos, -72, são ciganitos,- 46, são filhos de emigrantes, (muitos já foram!), - 30 ou 31 são filhos de autótenes, o resto não sei de quem são filhos (ninguém reclamou a paternidade!...) Bolas com tanta gente tudo a trabalhar e a descontar para a segurança social daquí por vinte anos, quem teme o futuro?
Estavamos a meio de Junho de 1987.
Dizia a Ti Etelvina:- Não há meio de vir a carreira! São todos uns doutores mas a camionete vem sempre atrasada! O que vale é que; de Domingo a oito dias já os vamos correr de lá para fora!
-À sim ti Etelvina?
Retorquia o rapáz, natural daquela pacata aldeia; que agora, só de longe em longe lá fazia uma viagenzita a vizitar a família.
-Pois então! Ganham que nem uns doutores, andam sempre atrasados, as camionetas todas sujas, a paragem aquí está a cair e sabes lá; são todos "comunas", fazem uma pessoa estar aqui ao frio e nesta carreira da tarde só vai uma ou duas pessoas, não temos aqui com quem falar. Mas desta vez vão-se lixar!
Desta feita já vão os nossos para lá e estes doutores vão ver como é! Já tivemos no adro a falar, veio cá um senhor, muito boa pessoa. Desta´vamos todos votar!--- Olha estás a ver aquela seta alí no pinheiro? são aqueles que vão endireitar isto, vais ver!... As camionetas eram dos "Claras", não eram deles. Abetoaram-se a elas queriam andar aí todos lampeiros com as coisas dos outros? eles agora vão ver, vai tudo para o patrão outra vêz! que é para eles aprenderem.
-Olhe ti Etelvina se for bom para vóz fico contente. Mas se a carreira passar outra vez para as mãos de quem só tem as camionetes para ganhar dinheiro, não estou a ver que se interesse por passar aquí na aldeia duas vezes ao dia para levar uma ou duas pessoas ao médico, dois moços á escola, ou uma velhota á praça a vender o escedente da horta ou da capoeira.
-Um!... se calhar também és!?
-Olhe lá vem ela!
-Cinco anos depois voltei á aldeia!
- Já lá não vi o cartáz no pinheiro! já lá não vi a velha paragem a cair! Já lá não vi mais a camioneta toda suja a passar, nem duas, nem uma vez por dia! Já lá não vi as pessoas reunidas no adro! já lá não vi as velhotas vendendo o escedente da horta ou da capoeira! os moços para a escola agora são três e vão numa carrinha da câmara! E pior de tudo; Já lá não vi a ti Etelvina, para lhe perguntar se reamente agora estão melhor!.
(nota:- Esta publicação data de 24-08-12, porém por continuar atual quanto a privatizações de empresas de serviços, reedito-a hoje como se fosse a primeira vez.)
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